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Quarta-feira, 29 de Outubro de 2025
Reconstrução mamária: 378 paranaenses têm novo começo após mastectomia
Correio do Ar
Entre junho de 2023 e julho de 2025, o Sistema Único de Saúde (SUS) realizou 378 cirurgias de reconstrução mamária em pacientes que passaram por tratamento de câncer de mama e foram submetidas à mastectomia total no Paraná. O procedimento, considerado fundamental para a recuperação da autoestima e qualidade de vida das mulheres, é ofertado em 20 hospitais habilitados em Alta Complexidade em Oncologia, distribuídos pelas quatro macrorregiões de saúde do Estado.
A cirurgia plástica reconstrutiva pode ser realizada no mesmo ato da retirada da glândula mamária ou posteriormente, conforme avaliação da equipe médica responsável pelo acompanhamento da paciente. “Sabemos como é importante esse procedimento para que as mulheres que realizaram a cirurgia de retirada da mama recuperem a autoestima. O Paraná está comprometido com essa causa e com a realização desse procedimento”, afirmou o secretário estadual da Saúde, Beto Preto.
De acordo com dados do Sistema Estadual de Regulação (Care-PR), atualmente 16 pacientes aguardam a realização da cirurgia de reconstrução mamária pelo SUS no Paraná. Este número não inclui pacientes de municípios com gestão plena, como Curitiba, Londrina e Maringá.
Histórias de Superação
A trajetória de Beatriz Correa dos Santos de Souza, 45 anos, ilustra a importância do acesso ao procedimento. Diagnosticada com câncer de mama aos 37 anos, Beatriz enfrentou uma história familiar marcada pela doença, que vitimou sua mãe e cinco irmãs biológicas. Após identificação de um nódulo, passou por quimioterapia oral e, em seguida, realizou a mastectomia. A cirurgia de reconstrução mamária foi feita por meio de plano de saúde, mas, no final de 2024, a prótese rompeu, levando-a a buscar atendimento pelo SUS. Após consultas e exames, Beatriz foi indicada para nova cirurgia, agendada para 6 de novembro. “Para a mulher que tem câncer, que vem desse histórico, a reconstrução mamária é primordial. O SUS acolhe a gente e fornece a cirurgia. Agora que tenho que fazer a troca da prótese que estourou, estou sendo muito bem atendida e assistida pelo SUS”, relatou.
Eliane Maria Saldanha Maciel, 54 anos, moradora de Almirante Tamandaré, também foi beneficiada pelo SUS. Após diagnóstico de câncer de mama em janeiro de 2019, foi submetida à mastectomia e implantação de um expansor. A pandemia de Covid-19 adiou a reconstrução mamária, realizada dois anos depois. “Foi tudo realizado pelo SUS. Hoje levo uma vida normal com a prótese, que me permitiu dar continuidade às coisas que eu gosto, como dançar. A prótese me permitiu isso: a volta da autoestima, poder levar uma vida normal e ter qualidade de vida após o tratamento”, declarou.
Karine Cristiane Tavares, técnica de enfermagem, teve o diagnóstico de câncer de mama após exames realizados no Paraná, já que o primeiro laudo, emitido em outro estado, não identificou a gravidade. Com câncer de grau 4, Karine foi submetida à mastectomia bilateral e, dois anos depois, à reconstrução mamária pelo SUS. “A retirada da mama afeta o nosso emocional, a gente perde a identidade. Não é só estético, afeta o psicológico. Foi muito bom quando reconstruí a mama, ainda mais porque no hospital eles preservaram o meu mamilo. Foi tudo perfeito”, afirmou.
Como Acessar o Procedimento
O acesso à reconstrução mamária pelo SUS se inicia com consulta médica em uma Unidade Básica de Saúde (UBS), exceto para pacientes já vinculadas a hospitais onde realizaram a mastectomia. Na UBS, o caso é avaliado e, se necessário, são iniciados os procedimentos para autorização em instituição de saúde credenciada. Para esclarecimentos adicionais, as interessadas devem procurar a UBS mais próxima.
Fonte: CGN

















